4 verdades secretas sobre as pessoas criativas
– Fiquei rico investindo 10 reais por mês.
– Ganhe seu primeiro milhão antes dos 30 anos.
– Namorei com uma gringa e aprendi inglês em 30 dias.
– Conquiste o crush usando aquela camisa rolê que sua avó costurou para você.
Você já deve ter notado nas redes sociais que há muitas pessoas produzindo conteúdos que asseguram o sucesso rápido e molezinha em diversas áreas. Pois bem, decidi deixar de lado meus vários anos pesquisando sobre criatividade para lançar um conteúdo tchan, bem alinhado àqueles que adoram um conteúdo rasteiro, rápido, com frases de efeito, sem reflexão ou qualquer comprometimento com a ética.
Com vocês, as 4 VERDADES SECRETAS SOBRE AS PESSOAS CRIATIVAS. Para conferir o que vem a seguir, recomendo ativar o modo ironia de leitura, ok? Vamos lá:
- Criatividade é apenas para quem nasceu com o dom.
Se você não saiu da barriga da sua mãe dando uma pirueta; se os amigos de escola não batiam palmas para cada disruptiva apresentação de trabalho; se você não nasceu tocando um instrumento musical; e se, diante da necessidade de produzir um texto, você olha para o papel e não sai nenhuma palavrinha. Sinto lhe informar: você não tem o dom da criatividade.
Só quem nasceu com o dom sente as ideias surgirem sem ralação. Se você sofre com bloqueios criativos e tem de escrever muito para tentar salvar um fragmento de ideia, você não é uma pessoa criativa. E nunca será. Ninguém está falando que você é um fracasso de gente. Longe disso. Mas criatividade não é para você. Não se engane. Assuma seu papel de figuração e passe a valorizar quem nasceu para ser protagonista.
2. Técnicas e metodologias são papo furado.
Muitos pesquisadores e profissionais podem até valorizar e aplicar metodologias como Design Thinking, etapas do processo criativo, brainstorm, métodos ágeis, como Canvas, Sprint e Lean, por exemplo. Mas para quem nasceu com o dom e tem o paranauê da criação isso é tudo engodo. Onde já se viu ter de pensar em fases para obtenção de ideias? Desde quando a ideia vem em pedaços? Ela vem no momento dela, já prontinha. É só colocar no papel, apresentar para o cliente, correr para o abraço e esperar as palmas. Ah, totalmente fora de cogitação ler livros sobre criatividade também.
Ah, e se o cliente não aprovar a ideia genial? Obviamente, que aí o problema é do cliente, esse serzinho de cabeça fechada, invejoso e recalcado por não ter um dom da criatividade. Alguns são tão vingativos que chegam a limitar a verba para a criação para tentar encurralar aqueles que têm o dom. Via de regra, quebram a cara, pois o criativo é como Jack Sparrow, com o seu inigualável mindset piratesco da inovação.
3. Equipes criativas não servem para nada.
Para o ser genuinamente criativo, autossuficiente e com a mente irrefreável, trabalho em equipe para a obtenção de soluções criativas é pura perda de tempo e conversa pra boi dormir. Blá blá blá. Onde já se viu aprender com outros aquilo que se consegue sozinho? Para a obtenção de uma ideia genial basta aquela pessoa que carrega sobre a cabeça uma lâmpada piscante. Mas nem tudo são flores para o criativo, pois, em muitos casos, o trabalho em equipe é injustamente imposto por chefes cruéis e insensíveis que querem arranjar uma função para um monte de gente limitada e sem brilho de vida.
Algumas destas pessoas, tadinhas, tão sem talento, até tentam colaborar montando um slide bonitinho ou se prontificando para apresentar a ideia para o cliente. Já é uma ajuda, né. Mas nem se compara à participação de quem, com seu cérebro incrível e diferenciado, tem suas ideias de forma estonteante, inspiradora e sem deixar pingar uma gotinha de suor. Em síntese: a tolerância com os sem talento atrapalha no processo de criação.
4. Pesquisas são para encher linguiça.
Que mania enjoada desses burocratas de enviarem aos criativos aquele monte de papel que alguns chamam de briefing. Além ser um texto gigante, sonolento, com fonte pequena e que fica dando voltas, essa papelada ajuda a desmatar as florestas. Cadê a consciência ambiental, Tarzan? Sem contar que pesquisas com muitas páginas entopem a saída de papel das impressoras. Para o criativo raiz, não há necessidade de se conhecer mais sobre os públicos, a concorrência, o produto/serviço, pois ele/ela saca as paradas todas pelo ziriguidum do brilho eterno de uma mente com muitas lembranças.
Para o verdadeiro ser criativo dotado de um dom único e invejado, basta o briefing com uma linha em corpo 14, para que uma solução original e admirável seja concebida num estalo, tendo como efeito sonoro o chicote do Beto Carrero.
E agora, como vai ser a minha vida?
Bom, acho que já deu para sacar que as VERDADES SECRETAS estão aí para mostrar, sem qualquer respaldo científico, a realidade nua e crua sobre quem é e quem não é criativo.
Apesar de alguns pesquisadores, até bem intencionados, orientarem que a criatividade é uma competência acessível a todos e que é possível desenvolvê-la gradativamente se esforçando de forma disciplinada, que o trabalho colaborativo favorece o intercâmbio de informações, e que vale observar processos e estudar os cenários apresentados, o verdadeiro criativo é aquele descrito nas VERDADES SECRETAS. Para esse distinto ser fantástico, esse papo de desenvolvimento e aprimoramento criativo é total penduricalho teórico. Afinal, quem não nasceu para ser X-Men tem que se contentar em ser, no máximo, uma cópia fajuta do Fofão, do Carreta Furacão.
Inclusive, deixo aqui uma explicação extra, em áudio, sobre esse post. Ouça abaixo!
A criatividade se desenvolve a partir de inspirações ou interações feitas a sua volta,seja ela em âmbitos familiares,amigos ou até mesmo um simples desenho animado visto uma vez na televisão , vale lembrar que pesquisas são sempre a chave para o engajamento de referências,pois o conhecimento abrangente torna a ser trilhado um caminho de livre acesso em todos os aspectos da criatividade
obrigado pela gentileza, meu caro.